segunda-feira, 25 de maio de 2009
O amor é a vaga que sobe,
o equilíbrio da espuma que canta
e o arrepio que vem do verde-azul.
É não sentir com os pés o fundo,
mas mesmo assim ver e respirar,
flutuar como uma alga vermelha
ou um ninho perdido de albatroz.
O amor é viver no alto da onda
o medo do escuro e mergulhar,
história de sereia e marinheiro,
e sugar o último fôlego da vida.
Alvaro
Crack
Hoje ao passar por uma rua de uma favela me deparei com a figura de algo que um dia foi um ser humano.
Não me julguem preconceituosa, mas não posso conceber o que vi como uma pessoa.
Um bicho?
Um zumbi?
Restos do que um dia foi uma menina e que nem chegou a se transformar em mulher.
Vagava pela rua com um short e um casaco de moleton que cobria a cabeça.
Por baixo uma blusinha que deixava à mostra a barriga saliente que dava a impressão de ter algo mais dentro do que simples órgãos.
O rosto não era rosto, e sim uma máscara de espanto e pavor.
Olhos esbugalhados e perdidos.
Passos a esmo e rápidos como se quisesse inconscientemente ser atropelada.
Suja.
Fétida.
Crackeada.
Escrevo ainda chocada.
Triste.
Inconformada.
Não me julguem preconceituosa, mas não posso conceber o que vi como uma pessoa.
Um bicho?
Um zumbi?
Restos do que um dia foi uma menina e que nem chegou a se transformar em mulher.
Vagava pela rua com um short e um casaco de moleton que cobria a cabeça.
Por baixo uma blusinha que deixava à mostra a barriga saliente que dava a impressão de ter algo mais dentro do que simples órgãos.
O rosto não era rosto, e sim uma máscara de espanto e pavor.
Olhos esbugalhados e perdidos.
Passos a esmo e rápidos como se quisesse inconscientemente ser atropelada.
Suja.
Fétida.
Crackeada.
Escrevo ainda chocada.
Triste.
Inconformada.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Faz de conta
Ela queria voar e alcançar o intocável, lá onde o infinito é mais azul e pode-se chegar na ponta do arco-íris e encher o pote com moedas de amor.
Onde as borboletas são feitas de crepom colorido e os colibris voam de cabeça pra baixo para poder beijar melhor as flores.
Onde o vento sopra tão somente para balançar os cabelos e derrubar bem de leve alguma folha já amarelada pelo tempo.
Lá onde os ponteiros não marcam as horas porque ninguém se importa se elas passam e os dias na maioria são de sol e as noites de lua prateada e corrente de estrelas.
E quando chove as gotas são lágrimas que brotam do céu só para dizer que de vez em quando devemos ter um pouco de tristeza.
Ela queria chegar lá, onde as margaridas são tapetes e o aroma do jasmim nasce junto com as manhãs e as macieiras dão frutos o ano todo para que tenham sempre tortas esfriando nas janelas.
Ela queria chegar lá, onde as margaridas são tapetes e o aroma do jasmim nasce junto com as manhãs e as macieiras dão frutos o ano todo para que tenham sempre tortas esfriando nas janelas.
Lá onde o amor é lei e sempre correspondido, onde não existe mentira nem traição.
Onde os beijos são de açúcar e as carícias de mel.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
e gerou outra vida
que agora faz parte
de nosso mundo.
E eu a vejo mãe
dedicada e amorosa
e vejo seu sorriso
de alegria e felicidade.
E meu coração
enche-se de orgulho
pela menina que vi crescer
e tornar-se uma mulher.
Pela mulher que vi menina
e transformar-se em mãe.
Meu coração agradece
e minha alma voa
e meus pés
não encontram o chão.
Estou em estado de graça!
como encontrar as que possam definir
o que estou vivenciando?
Como traduzir sentimentos
que mal cabem dentro de mim?
Como dizer ao mundo
que meu coração se tornou pequeno
para tanto amor?
Uma vida que começa
e que traz consigo a esperança,
a expectativa de sonhos,
risos e brincadeiras.
Um bebê de cabelos pretos
e boca rosada,
dependente e envolvente
que dá vontade de abraçar,
beijar
proteger.
Vê-lo nascer,
embora que através de uma tela,
me causou risos e lágrimas
e uma incontida e imensa felicidade.
Estou aqui ainda procurando
e não encontro as palavras.
Terei que inventar palavras novas?
Ou esperar que tudo aqui
dentro de mim se acomode
e as palavras voltem?
Por ora, só consigo sentir
e deixar que algumas lágrimas venham,
como agora quando olho
seu lindo rostinho.
Eu e uma gata
A noite foi longa e as horas de arrasto.
Uma gata me fazendo companhia. A gata que era da minha filha e que ficou de herança quando ela foi morar longe de mim.
Meus pensamentos voam para um passado não muito distante. Ela tinha uns onze anos, creio eu, quando encontrou a gata na rua, ela sempre encontrava algum animal na rua precisando de cuidados e de um lar.
Dida, a gata que estava comigo naquela noite era de rua e doente.
Em um dia chuvoso, com pena da gata, Maila a trouxe para dentro de casa e como já tínhamos algumas em casa ela sabia que outra não seria bem aceita.
Para não termos problemas escondemos a Dida em uma caixa dentro de casa, na ilusão de que não seria descoberta e quando a chuva parasse e devolveríamos pra rua e ela continuaria dando comida, como já fazia há alguns dias.
Mas Dida não quiz ficar quietinha, gatos nunca ficam quando a gente quer, e ela foi pega no flagra.
É claro que levamos uma bronca, mas juramos que seria só por aquela noite.
Mas na manhã seguinte Dida acordou doente, não caminhava e sendo assim não poderíamos soltar a coitadinha naquelas condições.
Levamos no veterinário que explicou que ela estava com reumatismo por pegar muito frio e não ter cuidados.
E agora? Não tinha como deixa-la ao relento. Ficaria até ser tratada e ficar boa.
Ela melhorou, mas nunca mais foi embora.
E naquela noite, antes do Anthony nascer, lá estava eu com a Dida ao meu lado como se entendesse minha aflição. Chegava perto e encostava seu nariz gelado no meu como um carinho.
E eu aflita pelas horas que não passavam me senti grata por minha filha ser teimosa e desobeder o pai e por Deus ter me dado a tolerância e a compreensão para entender seus atos.
Acariciei a cabeça da gata e me senti acolhida por ela.
domingo, 10 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Sem VoCêFicar sem você
é como ficar sem o sol de domingo
sem o café quente da manhã
sem o aconchego gostoso da noite.
Ficar sem você
é como não ouvir o som dos pássaros
não ver as cores do dia
não sentir o cheiro da primavera.
Ficar sem você
é mergulhar num vazio
e ter a impressão que a vida
foi embora pra longe.
é como ficar sem o sol de domingo
sem o café quente da manhã
sem o aconchego gostoso da noite.
Ficar sem você
é como não ouvir o som dos pássaros
não ver as cores do dia
não sentir o cheiro da primavera.
Ficar sem você
é mergulhar num vazio
e ter a impressão que a vida
foi embora pra longe.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Assinar:
Postagens (Atom)