sexta-feira, 29 de maio de 2009

Simples Quero pouca coisa desta vida
manhãs de sol batendo na janela
noites de estrelas caindo nos olhos
teu sorriso no meado das tardes
e tua mão em todas as estradas.

Que boneca é esta
de laços e fitas
de cores e sonhos
que encanta a menina?

Que boneca faceira
cheirosa e brejeira
que a menina carrega
pendurada nos ombros.

Cabelos de linha
vestido de renda
sorriso pintado
boneca de pano.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O amor é a vaga que sobe,
o equilíbrio da espuma que canta
e o arrepio que vem do verde-azul.

É não sentir com os pés o fundo,
mas mesmo assim ver e respirar,
flutuar como uma alga vermelha
ou um ninho perdido de albatroz.

O amor é viver no alto da onda
o medo do escuro e mergulhar,
história de sereia e marinheiro,
e sugar o último fôlego da vida.

Alvaro
O amor é assim
feito flor de campo
no vaso da sala
como grama verde
brotando esperança
na jardim da casa.
O amor é asa
é cheiro de mato
é lua que desce
e beija nossa face.
O amor é saudade
é nuvem de chuva fina
é queijo com goiabada
é milkshake escorrendo
na doce taça da menina.

Crack

Hoje ao passar por uma rua de uma favela me deparei com a figura de algo que um dia foi um ser humano.
Não me julguem preconceituosa, mas não posso conceber o que vi como uma pessoa.
Um bicho?
Um zumbi?
Restos do que um dia foi uma menina e que nem chegou a se transformar em mulher.
Vagava pela rua com um short e um casaco de moleton que cobria a cabeça.
Por baixo uma blusinha que deixava à mostra a barriga saliente que dava a impressão de ter algo mais dentro do que simples órgãos.
O rosto não era rosto, e sim uma máscara de espanto e pavor.
Olhos esbugalhados e perdidos.
Passos a esmo e rápidos como se quisesse inconscientemente ser atropelada.
Suja.
Fétida.
Crackeada.
Escrevo ainda chocada.
Triste.
Inconformada.

sábado, 23 de maio de 2009

Vaga-lume que pisca
no lume da lua
que vaga sem rumo
na bruma da noite
que abre e que fecha
suas asas de vento
que toca sua harpa
com cílios e cauda
que beija as estrelas
na brisa de orvalhos.

Você é assim
feito arco-íris e sonho
um raiar de estrelas
um beijo de sol.

Você é assim
um eriçar de pelos
um sussurro de amor
em meus ouvidos.

Você é assim
letra e melodia
poema sem rima
saudade guardada.

Você é assim
amor maior e infindo
paixão queimando no peito
desejo instalado no corpo.

Você é assim.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Faz de conta

Ela queria voar e alcançar o intocável, lá onde o infinito é mais azul e pode-se chegar na ponta do arco-íris e encher o pote com moedas de amor.
Onde as borboletas são feitas de crepom colorido e os colibris voam de cabeça pra baixo para poder beijar melhor as flores.
Onde o vento sopra tão somente para balançar os cabelos e derrubar bem de leve alguma folha já amarelada pelo tempo.
Lá onde os ponteiros não marcam as horas porque ninguém se importa se elas passam e os dias na maioria são de sol e as noites de lua prateada e corrente de estrelas.
E quando chove as gotas são lágrimas que brotam do céu só para dizer que de vez em quando devemos ter um pouco de tristeza.
Ela queria chegar lá, onde as margaridas são tapetes e o aroma do jasmim nasce junto com as manhãs e as macieiras dão frutos o ano todo para que tenham sempre tortas esfriando nas janelas.
Lá onde o amor é lei e sempre correspondido, onde não existe mentira nem traição.
Onde os beijos são de açúcar e as carícias de mel.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

E a menina cresceu
e gerou outra vida
que agora faz parte
de nosso mundo.
E eu a vejo mãe
dedicada e amorosa
e vejo seu sorriso
de alegria e felicidade.
E meu coração
enche-se de orgulho
pela menina que vi crescer
e tornar-se uma mulher.
Pela mulher que vi menina
e transformar-se em mãe.
Meu coração agradece
e minha alma voa
e meus pés
não encontram o chão.
Estou em estado de graça!

AnthonyNeste mundo de tantas palavras
como encontrar as que possam definir
o que estou vivenciando?
Como traduzir sentimentos
que mal cabem dentro de mim?
Como dizer ao mundo
que meu coração se tornou pequeno
para tanto amor?
Uma vida que começa
e que traz consigo a esperança,
a expectativa de sonhos,
risos e brincadeiras.
Um bebê de cabelos pretos
e boca rosada,
dependente e envolvente
que dá vontade de abraçar,
beijar
proteger.
Vê-lo nascer,
embora que através de uma tela,
me causou risos e lágrimas
e uma incontida e imensa felicidade.
Estou aqui ainda procurando
e não encontro as palavras.
Terei que inventar palavras novas?
Ou esperar que tudo aqui
dentro de mim se acomode
e as palavras voltem?
Por ora, só consigo sentir
e deixar que algumas lágrimas venham,
como agora quando olho
seu lindo rostinho.

Eu e uma gata

Uma noite antes do nascimento de nosso querido Anthony o sono não foi muito meu amigo.
A noite foi longa e as horas de arrasto.
Uma gata me fazendo companhia. A gata que era da minha filha e que ficou de herança quando ela foi morar longe de mim.
Meus pensamentos voam para um passado não muito distante. Ela tinha uns onze anos, creio eu, quando encontrou a gata na rua, ela sempre encontrava algum animal na rua precisando de cuidados e de um lar.
Dida, a gata que estava comigo naquela noite era de rua e doente.
Em um dia chuvoso, com pena da gata, Maila a trouxe para dentro de casa e como já tínhamos algumas em casa ela sabia que outra não seria bem aceita.
Para não termos problemas escondemos a Dida em uma caixa dentro de casa, na ilusão de que não seria descoberta e quando a chuva parasse e devolveríamos pra rua e ela continuaria dando comida, como já fazia há alguns dias.
Mas Dida não quiz ficar quietinha, gatos nunca ficam quando a gente quer, e ela foi pega no flagra.
É claro que levamos uma bronca, mas juramos que seria só por aquela noite.
Mas na manhã seguinte Dida acordou doente, não caminhava e sendo assim não poderíamos soltar a coitadinha naquelas condições.
Levamos no veterinário que explicou que ela estava com reumatismo por pegar muito frio e não ter cuidados.
E agora? Não tinha como deixa-la ao relento. Ficaria até ser tratada e ficar boa.
Ela melhorou, mas nunca mais foi embora.
E naquela noite, antes do Anthony nascer, lá estava eu com a Dida ao meu lado como se entendesse minha aflição. Chegava perto e encostava seu nariz gelado no meu como um carinho.
E eu aflita pelas horas que não passavam me senti grata por minha filha ser teimosa e desobeder o pai e por Deus ter me dado a tolerância e a compreensão para entender seus atos.
Acariciei a cabeça da gata e me senti acolhida por ela.

domingo, 10 de maio de 2009

No acalanto de um abraço
onde o coração se entrega
na doação incondicional
onde o amor impera
nos dias e noites
nas bençãos e dores
a beleza infinita
de ser mãe!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sem VoCêFicar sem você
é como ficar sem o sol de domingo
sem o café quente da manhã
sem o aconchego gostoso da noite.
Ficar sem você
é como não ouvir o som dos pássaros
não ver as cores do dia
não sentir o cheiro da primavera.
Ficar sem você
é mergulhar num vazio
e ter a impressão que a vida
foi embora pra longe.

segunda-feira, 4 de maio de 2009


então é isso
e só porque você
é um menina
com uma flor
e tem vários conceitos
miríades de filosofias
imensidades de vazios
ilhas no vago
secura de carinho
deserto de afago
ausência de junto
desencontros de sozinhos...
tanto quanto eu
passei aqui pra te desejar
um lindo dia

1/2 beijo sabor hibisco!

aNTONIocARLos