sábado, 29 de agosto de 2009

O teu calor

Você tem o calor dos dias de verão
daqueles dias em que a brisa sopra
e trás com ela o sol incandescente
que chega se apossando, queimando,
deixando marcas.
Você tem o calor do aconchego
da cama quente em dias de inverno,
do chá de maçã com canela,
da bala de hortelã ardendo na boca,
e das longas horas de nada fazer.
Você tem o calor da palavra certa,
da presença na hora necessária,
e do amor na hora precisa.

E quando chegas assim, tão quente
de sorriso aberto e braços longos
tenho quase a certeza
de que o mundo inteiro
caberia em teu abraço.

domingo, 23 de agosto de 2009

O suave perfume da noite entrou pela minha janela, uma mistura de aroma de flores com cheiro de terra molhada.
Um raio de lua e um brilho de estrela cadente e uma saudade de algo que nem eu mesma sei o que é, mas que se instalou no peito nesta fria noite onde uma esperança também nasceu.

Quero o amor manso que acalma o peito

Quero o amor louco que balança o corpo

Quero o amor leve que faz voar a alma

Quero o amor forte que leva às alturas

Quero o amor puro que me torna anjo

Quero o amor insano de quem faz loucuras


E toda palavra vinda
linda
é benvinda

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Recomeçar e pegar em algum lugar a esperança que se perdeu naquele breve momento em que você por um descuido fechou os olhos quando não devia. Um vacilo basta às vezes para que nada mais volte a ser como antes. Um caminho, um atalho e a vida muda seu curso. Uma esperança que volta é sempre melhor do que um rumo contínuo e previsível. Vida boa é aquela que te surpreende, que te exige mais do que dias amenos. Quero que o sol me queime e o vento balance meu cabelo, não quero viver só de brisa.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

  • Coisas das quais tenho saudade:
  • Um colar de conchas do mar que se desprendeu de mim e voou num dia de vento sul.
  • Um caderno antigo de poemas que esqueci na janela num dia de chuva e que molhou misturando todas as letras.
  • Um par de sapatos de boneca que eu usava só em dias de festa e que deixou de servir porque o pé cresceu.
  • Uma coragem desmedida de fazer coisas que pareciam loucuras, mas que sempre davam certo.
  • E um olhar de paisagem que perdi quando você foi por um instante e nunca mais voltou.
Andava descalça pelas ruas de paralelepípedos contando os blocos um a um como se quisesse fazer deles minutos e deixar para trás as horas pisadas e para sempre esquecidas.
Sentia vontade de cantar, não uma canção qualquer, mas uma canção que pudesse dizer para quem escutasse sua urgência de vida.
Ultimamente não queria saber de coisas pequenas nem de dores antigas, algo novo nascia em cada piscar de olhos e havia desejos novos como salamandras a deslizar em sua mente.
Seria capaz de criar asas novas e desbravar as fronteiras do nunca antes imaginável porque agora tinha a chave que abria a porta dos dias de riso e das noites que se transformariam em remanso.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Como as pedras dos rios
faço meu silêncio
e calo meu grito
porque se minha voz ecoar
serei cachoeira
E é quando amanhece
que o canto das águas toca os mares
e o horizonte se abre ao dia que nasce
que os pássaros tem o dom de pensar
e os abissais buscam um raio de luz
no profundo do oceano.

E nesta hora de encantamento
onde cada ser renasce um pouco
na imensidão de um cosmo iluminado
qualquer palavra pronunciada se fará eco
e se num instante assim eu disser te amo
minhas palavras logo serão ouvidas
por isso me calo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009


Eu sobrevivi ao temível julho, finalmente chegou agosto e hoje o dia me recebeu com um lindo sol de sonrisal. Uau!!!


E é sempre assim, todo ano a mesma coisa. Dias frios de um inverno que parece interminável. Dores que se misturam, de pele, de alma, de anseios e de ossos que gelam. Nada parece acalentar o frio que se instala.


E sempre me vi temendo o inverno e tremendo nas noites frias e nos dias gelados. Quantos invernos já vi passar e nunca, nunca lembro de um que possa ter sido levemente ameno. São cruéis e impiedosos os invernos e sempre trazem dores.


Mas hoje, especialmente hoje, neste dia de inicio de agosto eu já sinto os raios de sol em forma de promessas. Ah, e quando chegar a primavera verei as flores desabrocharem dentro de mim e sentirei o perfume dos ipês-amarelos que povoarão as ruas de minha imaginação.

domingo, 2 de agosto de 2009

Noite de lua oculta
e de estrelas que se escondem
de chuva que banha a terra
e cheiro de amor distante