quinta-feira, 19 de julho de 2012


Adoro teu jeito de me pegar pela mão e me puxar contra teu peito me envolvendo de uma forma que parecemos apenas um.
Adoro teu sorriso solto e a tua risada escancarada.
E o teu sotaque de gringo e das palavras que vez ou outra escapam erradas.
Adoro quando passas a mão displicentemente pelos cabelos e quando pronuncia o meu nome sempre em meio a alguma frase.
Adoro quando me faz uma sopinha quente no inicio da noite ou um chazinho quando já estou deitada.
E quando faz coisas engraçadas e eu desembesto a rir e não consigo parar.
Adoro teu beijo, teu cheiro, teu calor embaixo das cobertas.
Teus pés quando roçam minhas pernas e tuas mãos quando brincam em minha pele.
Adoro nossos passeios e quando me faz caminhar até cansar e quando nos sentamos em qualquer lugar e comemos qualquer coisa.
Adoro a paz que tenho contigo.
Adoro o amor que nos faz ser o que somos.

Lou Witt


Neste mundo de tantas palavras
não encontro  as exatas pra te dizer do meu sentir.
Do meu coração carregado de saudades
e do quanto te procuro pelos cantos da casa.
Das tantas vezes que te encontro
no cheiro que ficou em cada roupa,
em cada móvel, em cada espaço.
Na música que toca lenta
na penumbra do quarto
e que me faz sentir e entender
que não existe tempo nem distância
que possa te tirar de dentro de mim.

Lou Witt

Meu amigo.
Meu camarada.
Meu amor.
Que por tantas vezes foi meu confidente.
Que sempre entendeu meus temores, minhas “nóias”.
Que em dias de incertezas quando meu coração se fazia escuro, me dizia:
Acorda garota! A vida é lá fora!
Hoje vejo a vida lá fora e não apenas dentro de mim porque hoje dentro de mim tem um sol e parte dele foi você quem pintou.
Foram tantos caminhos e descaminhos que vivenciamos até que estivéssemos frente a frente e num entrelaçar de mãos, num acertar de passos, o caminho se tornasse apenas um.
Meu ritmo é mais lento e você me diz: Mais rápido garota!
E eu apenas te respondo: Calma, cada coisa tem sua hora, seu tempo determinado.
Você é afoito, eu sou mansa.
Você é agitado, eu sou calma.  
Somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão semelhantes que parecemos duas peças de encaixe perfeito.
Como será a vida amanhã, Pettinichi?
Quem poderá saber?
Temos o hoje e os dias de agora são nossos e gosto de pensar que existe uma força que nos impulsiona e nos faz crer que também pode existir um amanhã.

Lou Witt – 17/06/2012

sábado, 7 de julho de 2012

Queria escrever algo leve, sabe, dessas coisas que quando a gente lê sente aquela paz que começa lá no dedinho do pé e vai tomando o ser por completo até que num suspiro bem fundo, coração e mente estejam em plena sintonia.
Queria encontrar palavras que me lembrasse da beleza de um pássaro planando...
De um mar azul...
De uma lagoa serena...
Mas talvez hoje eu precise ser mais contundente com as palavras. Não que elas devam ser de ferro, mas que sejam firmes e sem reticências e que acima de tudo tenham o equilíbrio entre o doce e o cruel.
Que quando eu diga ou escreva alguma coisa tenha o cuidado de não deixar que minhas palavras sejam flechas jogadas a revelia sem importar em ferir a carne alheia.
Porque dessas palavras de ferir já estou completa. Transbordei.
Não que eu queira receber apenas doçura, até mesmo porque nem sempre as palavras doces são as verdadeiras, mas quero ser forte o suficiente para não deixar que a maldade humana, inerente ou proposital, me atinja a ponto de eu mudar meus conceitos e perder a nobreza dos sentimentos.
É madrugada e eu sinto dores.
Dói a matéria e o impalpável.
Dói até, e principalmente, o pensar.
E nessa dor inumana minhas palavras travam e tentam encontrar uma brecha onde possam escoar para que não se tornem pedras.
Olhar para o nada às vezes queima mais do que olhar para o fogo e nesse vazio não quero me consumir.
Desvio o olhar para o mosaico das paredes traduzido em fotos e percebo que a vida é um rio que desagua ladeira abaixo e que não existe represa que possa segurar suas águas.
Nesta madrugada insone precisava de um abraço, mas me contento com um café.
Peixes. Pensei em peixes.
Gosto de peixes. E de pássaros.
Mar e céu...dois extremos.
Mar e céu...vida e além.
As palavras que me feriram continuam aqui, mas não vou permitir que elas se tornem parte de mim.
Exorcizar fantasmas. Como é difícil!
Eles ficam em nossas entranhas, corroem nossas vísceras, comprimem nossa alma e tentam de todas as mórbidas formas abalar nossa essência.
Dor insuportável de fantasmas e corpo, que tenta me fazer sucumbir.
Café. Um cheiro bom que entra pelas narinas e confunde o pensamento.
Consegui aquele suspiro bem fundo por conta de um café e quero mais do que isto.
Quero o gosto e o líquido quente me trazendo energia.
Comecei a ficar mais leve agora apesar das dores e na parede está escrito esperança.
Quando se perde a esperança se perde tudo. Eu já perdi.
Recuperei por sorte.
Nossa, que confortante saber que ainda me resta a esperança.
Não, não me resta apenas a esperança.
Ainda tenho vida e busco forças.
Ainda me sobra amor.
Será que alguém já fechou os olhos ao tomar um gole de café?
Que sensação boa que dá.
Logo será dia e o dia não vai esperar para que eu me refaça. Talvez se eu dormir um pouquinho as forças voltem.
É quase dia e ninguém consegue segurar a aurora. Ela rompera a escuridão e as trevas serão luz.
Posso até ouvir o universo sussurrando por entre os vestígios da noite.
É quase um novo tempo, uma nova era chegando.

Lou Witt