Quem roubou as cores do meu mundo?
Pra onde foram os dias amenos de outono onde o vento brando carregava folhas?
Que mãos gigantes vieram do nada e me apertaram a garganta até quase a morte?
Que instante fugaz de contentamento é este que nem sequer tempo de tocá-lo eu encontro?
Foi de giz escuro que pintaram meu quadro.
Foi de dores vastas que me abarrotaram a alma.
Ontem haviam gardênias na sacada que perfumavam asas de colibris. E margaridas onde pousavam faceiras borboletas.
Havia gatos que se espreguiçavam nas muretas e pássaros que com asas velozes pulavam, ora aqui, ao ali, sem o temor de serem pegos.
Hoje vi uma flor de maracujá desbotada em um jardim alheio e tive a impressão de que antes as flores de maracujá tinham outro brilho, eram mais lilases. Passei a gostar menos delas.
Escrevo nas paredes o que deveria ser inserido na memória, o que deveria fazer parte do cotidiano, o que tornaria a existência viável.
Não existe amanhã nem ontem. O orvalho não faz pulsar as folhas quando a madrugada ressurge.
Tudo dorme na dimensão do meu ser.
Lou Witt
Muita coisa que ontem parecia importante ou significativa amanhã virará pó no filtro da memória. Mas o sorriso (...) ah, esse resistirá a todas as ciladas do tempo.
ResponderExcluirCaio Fernando Abreu
Feliz e abençoado Domingo e beijos meus! M@ria
AQUI POUSEI PARA BRAÇADAS DE GIRASSÓIS TE OFERTAR E TE DIZER QUE ÉS SEMPRE LEMBRADA,DOCE DOCE AMIGA
ResponderExcluirBZUZ DO GORDO RICARDO
Sempre muito bom te ler!
ResponderExcluirDeixo meu beijo de eterno fã;)
No ontem...podem dormir muitas coisas!! Mas no amanhã, a flor do maracujá, que eu tanto gosto e tenho no meu quintal, será muito mais lilás e bordada pelo orvalho que cai nela como bênção do céu.
ResponderExcluirMil beijos
Graça
obra lacinante, carregada da mais pura literatura onde o ser atinge o criador sem por isto o ferir mortalmente ...Parabéns!
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