Você levanta seus muros, fortifica suas grades,
constrói suas prisões, se prende dentro de si mesmo
e passa a conviver com seus demônios.
É acordar pela manhã e saber que a liberdade é provisória.
É viver em regime semiaberto e o mais inverossímil de tudo isso
é saber que as chaves que abrem e fecham as portas pertencem a você mesmo.
Por vezes em momentos absurdos de liberdade em que você
escapa e deixa lá dentro os seus monstros, o mundo se torna vivenciável,
viável, possível de ser explorado.
Mas a cada dia que nasce você volta... e volta... e volta...
E a estrada vai se findando.
E o tempo começa a ser escasso.
Um dia por um descuido inerente você se vê caindo em um
abismo e junto carrega todos os seus fantasmas e eles ficam lá, naquele seu
canto mais escuro e a força deles vem dessa tua obscuridade.
Mas é tão tarde para fechar os ouvidos agora.
O barulho das chaves te tortura, te instiga.
Elas balançam e tilintam,
te desafiam.
Você ouve alguma coisa te chamando por detrás dos muros.
Aqueles mesmos muros que você construiu,
agora tremem e fazem um estrondo assombroso
dentro desse teu mundo fortificado por incertezas.
A esperança que havia desaparecido volta e você salta para
fora do abismo.
Alguns fantasmas ficam, outros tantos ainda te acompanham.
Mas você sabe que as chaves ainda te pertencem e a qualquer
instante você pode usá-las, basta um gesto e vencer o medo, mas pra isso há de
se ter coragem,
porque se você ousar abrir uma porta desconhecida
poderá cair novamente.
Ou quem sabe se deparar com a possibilidade
de não ser mais prisioneiro de si mesmo.
Agora é com você!
Vai correr o risco?
Lou Witt – 28/06/2012
Seu poema é a chave
ResponderExcluirpara abrir os sonhos
para escrever o poema
livre.
poema profundo mui lindo.
Luiz Alfredo - poeta
Tento traduzir algo tão especial, sincero e verdadeiro, que por mais que eu tente dizer em palavras, elas sempre insistirão em sair em sons, em versos e melodias.
ResponderExcluirEu virei o universo ao avesso e vi as formas, as cores, e comi com os olhos os sabores, das luzes, dos arco-íris e o algodão das nuvens, no céu azul e estrelado. Senti o cheiro das flores, das brisas dos ventos; do norte e do sul, e de todos os lados que o vento soprava. Ouvi o som dos pássaros, das cachoeiras, do arrebento das ondas do mar, dos automóveis, dos sussurros e segredos guardados. Senti na ponta dos dedos o veludo da pele, na língua o gosto da febre, o beijo molhado. Bebi do perfume, do suor salgado, o doce e sublime prazer do cansaço. Sim! Eu virei o universo ao avesso para encontrar-te, somente para encontrar-te e gravar-te a forma, na retina dos olhos da alma, pois, só assim poderei enxergar-te a luz como um farol a guiar-me no infinito.
RobertoGuya