segunda-feira, 30 de junho de 2008

aquele amor...
como a última bala na agulha
a última carta na manga
o último gole no deserto
o último segundo do jogo
o último pedido do condenado
o último grito do desesperado
o último suspiro do enfermo

findou-se...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Inverno que dói
Quando o inverno chega
e o frio me entra pelos poros
minha alma necessita de calor extra.
Nunca me dei bem com esse frio que maltrata
e conviver com ele é uma batalha que travo todo ano.
Fecho os olhos, e às vezes nem disso preciso
e lembro dos dias ensolarados,
da brisa do mar soprando em meu rosto
como um beijo de Deus
e das ondas lambendo meu corpo
como a melhor carícia de um amante.
E vivo, inquieta à espera
de que esses dias voltem,
que esse frio vá para outras terras
e me deixe aqui,
vivendo meus abençoados dias de verão,
até que ele, esse inverno bandido venha novamente
e se aposse de mim por um tempo,
mas só por um tempo...

sábado, 21 de junho de 2008

Houve um tempo
em que eu não vivia nem estava morta
parecia presa numa espécie de limbo
sem saber se subjugava-me ao inferno
ou abraçava o paraíso
Quando estava a um passo do abismo
uma força me puxou
trazendo-me de volta a vida
devolvendo-me a alma
E desde então
tenho um pacto implícito comigo mesma
nunca mais, por motivo algum
me separo de minha alma
nem a entrego a mais ninguém

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Selvagem
imagino tua língua como ondas
a me lamber
teus braços como serpentes
a me seduzir
você
como um selvagem
a me devorar

ah! mas devora lentamente
quero sentir cada mordida
quero misturar-me
com tua saliva...

terça-feira, 10 de junho de 2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

Prelúdio
te encontrei como por encanto
num desses acasos
num dia triste de outono
te encontrei assim
numa estrada qualquer
e quando percebi
já caminhava ao teu lado
minhas mãos já eram as tuas
e o peso da solidão havia acabado
os meus passos seguiam em cadência com os teus
tu eras o abrigo, o leite morno, a cama quente
e a vida era um eterno gargalhar.
mas isso foi no outono...
e o inverno não tardaria a chegar.
as palavras voam como pássaros
pousam em mim como beijos
acaricio uma a uma
exploro letra por letra
faço delas meu amante
e assim
palavras e eu
nos tornamos poesia
minha mão suspensa no ar
a procurar teu rosto
quando te encontro
é o chão que perco