domingo, 20 de fevereiro de 2011

ESTRANHOS

Apaixonaram-se em um baile de máscaras
Amaram-se loucamente no escuro do quarto
Pela manhã, exauridos e de cara limpa olharam-se
estranhamente e seguiram caminhos opostos
Cada um com sua máscara

Lou Witt


MÁSCARAS

A vida não lhes permitiu toda a verdade
Versos e máscaras camuflam a dor do amor
Ficou mais fácil ir embora – dizer adeus –
A sofrer a dor que a rotina impõe ao amor
E eles podiam tudo, menos amar à luz do sol
Quando todas as máscaras caem...

Mário Feijó
20.02.11

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Chá de maçã
Açúcar com canela
Goiaba no pé
Vento de setembro no rosto
Uma lua no céu
Um beijo roubado
Tão doce
Tão meu

Lou Witt

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

E quem disse que tudo quanto é belo é bom? (Ou vice-versa)

Eu vi a face do mal, assim de relance, como um flash, um relâmpago, uma centelha. Foi então que descobri que ela se esconde por detrás de uma beleza infinda, uma beleza que seduz e nos deixa tão inebriados que não somos capazes de resistir.
Eu vi demônios que saltavam pelos olhos e saiam pela boca em um som roubado de harpas, flautas e violinos.
Eu vi anjos em tropéis se afastando quando as máscaras eram arrancadas.
Choravam os anjos quando o mal se despiu e com tamanha habilidade despojou quem estava desatento.
Eu vi o branco se transformar em cinza e a metamorfose do mel em acre quando o dedo apertou a ferida e jogou fumaça nos olhos no momento em que a claridade se fechou e o palco se cobriu de labaredas.
Quente e fumegante.
O mesmo calor que antes era afagos e que dava a falsa sensação de contentamento naquele instante transformou-se em habitação de almas afoitas.
O mal me abraçou sedutor e destemido e eu me deixei levar por caminhos de flores e pedras, por vielas e avenidas, entre o inferno e o paraíso.

Lou Witt