sábado, 28 de novembro de 2009


Você tem o sabor das coisas boas da vida

O café quentinho na manhã de outono quando as folhas caem no chão e o brilho nos olhos diz que a vida é feita de coisas simples e cotidianas.

Você tem o encanto dos dias ternos em que se olha pela janela e um pássaro vem dar boas vindas com seu canto matinal de fazer nascer sorrisos.

Você é como a fruta que se colhe embaixo da árvore numa tarde de novembro quando as flores da primavera ainda deixaram no ar o perfume que carregou os galhos de nova esperança.

Você é chuva que escorre no chão e deixa verde as folhas onde os bichinhos passeiam quando volta o sol e as flores pintam-se de aquarela.

Você é o sentimento bom de colo amigo quando a dor maltrata e a vida coloca pedras no caminho, mas nunca te deixa caminhar só.

Um balão colorido nas mãos de uma criança é leve e causa grande alegria, mas é preciso estar preso para que o vento não o carregue para longe e se estourar para mais nada serve.
Assim acontece com algumas pessoas
que passam por nossa vida.
Triste comparação, porém verdadeira.

  

sexta-feira, 27 de novembro de 2009


Carta de Flavio Pettinichi (com sotaque. rsrs)

Muito bom...então eu te ouço e vou ate vc..o que Foi? porque o silêncio que rasga a noite como uma faca enloquecida? Porque a distância teima em se guardar num vidro de perfume?
Eu estou aqui, calmamente, mente-calma esperando o passar dos dias sem muito mais mistério que o meu prato de comida e um copo de água fresca...Porque assim é a vida do artista.Uma línea muito tênue entre a razão e a loucura, e será que os loucos nunca têm razão...E que toda razão não guarda o desespero da loucura.Não sei.Enquanto escrevo estas poucas palavras espavoridas como o medo das Hienas, vejo como o tempo é efêmero e como a minha alma é um descompasso alucinado de ventos.Será que os ventos anseiam algum destino?
Será que sentem o choque da sua essência contra o meu corpo salgado de mares e desertos? ..Não sei..Mas como seria bom um dia acordar ao teu lado, no quarto do lado, bater na porta e te dizer ." ei Amiga-amor..(porque para mim amizade e amor são a mesma coisa)o café já tá na mesa e o horizonte é uma linea azul que convida ao paseio...

Flavio Pettinichi para Lou Witt

domingo, 22 de novembro de 2009

Navegar

Uma vela agita-se num barco solitário mar afora.
Um horizonte à frente e um crepúsculo ao fundo contrastam e a vida pede passagem.
Uma névoa cobre o passado e o presente é escrito em uma página nova onde o mar desenha as letras molhando a beira das palavras e deixa escorregar nas entrelinhas que não haverá retorno.
A vela acena como em despedida e as ondas sussurram carregadas de saudade.
O vento sacode a passagem do tempo dizendo em câmera lenta que navegar sempre é preciso.
Nada mais resta além da certeza do momento e do azul que existe lá na frente.
Uma gaivota pousa no alto da vela e com seu grasnar de pássaro marítimo pede licença e saúda o sol que começa a brilhar.


Gotas da Manhã

Caiam as gotas entristecidas
Naquela manhã branca
Frias e solitárias
Cansadas...

Agradeciam
As cores apagadas das casas
O verde das árvores,
A força, a energia,
Que das gotas recebiam

Já lavada, a cidade adormecida
Envolta no branco, nada se mexia
Alguém sorria em algum canto
Talvez por algum encanto

Depois de caídas, já exauridas pelo esforço
Deixavam se levar a qualquer lugar
Corriam na direção que lhes convinham
Onde era mais fácil de escorregar

As retardatárias meio perdidas
Meio a contragosto, gotejavam aqui e acolá
Como em um último lampejo
Às irmãs tentando alcançar

Naquela manhã chorona,
As milhões de gotas solitárias
Lavavam minha mente
Que repentinamente, começou a despertar

Poeta Bardo

sábado, 21 de novembro de 2009


Planície e Vulcão

Um silêncio morno atravessa o peito
como vento brando em final de tarde
um campo de trigais balança o ouro
e a vida perfuma o ar com gotas de alfazema

O senhor do tempo desliga a magia das horas
o mundo fica inerte à espera do nada
as folhas balançam e deixam cair as flores
que o vento carrega sorrateiro e lento

Um rumor inaudível faz estrondos por dentro
sentimentos ajeitados queimam e esperam
como lava quente embaixo da montanha

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Coleção de memórias

Minha coleção de melhores memórias são as mais antigas
do tempo de menina
quando eu brincava com bonecas de milho
quando eu rolava dentro de pneus com os meninos ladeira abaixo
quando eu brincava no riacho com pedrinhas e fingia que sabia nadar
ahhh
quanta saudade
do tempo em que eu era menina pequena
e queria ser menina grande
hoje dentro da menina que é grande
existe uma vontade enorme
de ser menina pequena
mas o tempo não volta
e eu fico só
com minha coleção de saudades

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Floripa
Ilha da magia



Ilha de encantos, de lendas e mistérios
de sambaquis e praias de areias brancas
por ti me apaixonei e aqui fiz minha morada

Teus fortes com canhões antigos
que guardam da guerra vestígios e segredos
conservam-se imunes ao peso do tempo

Tuas lagoas de águas serenas e mar azul
onde os barcos navegam e as crianças brincam
com castelos de areia e mundos encantados

Ilha dos contos de Franklin Cascaes
que dá vida a seres misteriosos:
boitatás, lobisomens, fantasmas

Das bruxas que dão nós em crinas de cavalos
e que voam em suas vassouras mágicas
mar afora assombrando pescadores

Ilha das tradicionais rendeiras e da velha figueira
do boi de mamão com sua maricota
de braços longos e pernas compridas

De montanhas, praias e gaivotas
de brisa perfumada e sol dourado
de ondas que beijam com sal e espuma

Onde em noites de eterna magia
reflete nas águas a forma da lua
que formosa brilha e se rende
aos encantos da ilha

domingo, 15 de novembro de 2009



É o verão

Levanta menina
deixe logo de preguiça
que o dia já acordou
pegue seu lindo biquíni
sua canga e protetor
que o sol está chamando
e o asfalto já esquentou.

Barra, Jurerê, Costão do Santinho
Canasvieiras, Mole, Joaquina
Brava, Moçambique, Armação
Campeche, Morro das Pedras,
Lagoa da Conceição.

É o sonho do verão chegando
barulho das ondas batendo nas rochas
gaivotas, peixes, ondas, sol e mar
estradas cobertas de carros e gentes
caminhos que levam sempre ao mesmo lugar:
O mar! Ah, o mar!



Por LISA
Luiz Sergio Quintian Costa

Ela era estranha,
forasteira dela mesma...
Ia lisa, voltava áspera,
pegava maçã, queria pêra,
partia sal, juntava mel.
Ela entendia o por explicar,
não gostava muito de divagação,
trocava a paz pela calmaria,
podia ser Elisa, Helena, Maria.
Gostava de bocejar cantando,
ficava irritada, possuída,
quando perdia espirros sob o sol...
Certa vez, trocou o Mar Morto
Pelos crepúsculos de Irlanda...
Tinha vontade de ir Landa
e de voltar... Sayonara,
acenando lenços verdes,
abrindo leques afiados...
Tem gente que já nasce flor...
(Dá pra torrar amendoim
com todo este calor...)
Eu? Ah! Quem me dera
ter um ramo de estrelas, entretê-las...
Um feixe delicado com doze raios de luar,
ia pegar a brisa pela calma
e com ela te abanar,
ficar, assim, a contemplar,
como um crepúsculo de Irlanda,
o teu sorriso... se formar...

sábado, 14 de novembro de 2009



jasmineiro todo dia te vejo
e quando estás assim
enfeitado de flores
abro minha janela
só pra sentir o teu cheiro


quarta-feira, 11 de novembro de 2009



Enquanto os dias forem assim
um desfolhar de pétalas
e um nascer de flores
haverá sempre uma chuva
pra regar a vida
e um despertar de perfumes
em manhãs de sol



E manso é o caminho quando meus passos seguem os teus.
E um perfume de sândalo exala quando chegas como se anjos te enviasse.
E eu fico mole e quase sem respirar, só sentindo teu cheiro.
E quando me tocas minha alma percorre o infinito e o mundo só existe nos teus olhos.


Lembra daquela canção
que você cantava
enquanto segurava minha mão?
As palavras dançavam no ar
ao som de sua voz
e eu flutuava na terra
por te ouvir cantar

terça-feira, 10 de novembro de 2009



Um vento brando soprou do mar
numa tarde mansa de final de outono
um cheiro de jasmim exalou no ar
e ele chegou sem pedir licença
com mãos de flores e palavras doces
e uma voz de encantar pensamentos

Vícios e Virtudes

meu segredo mais oculto
meu pecado mais insano
meu amor mais puro e santo
meu desejo proibido
minha fé tão resguardada
minha alma leve e solta
meu coração puro e limpo
meus bons atos realizados
meus carinhos distribuídos
meu ego grande e inflado
minha doação constante
minha soberba crescente

onde eu disfarço
meus perniciosos vícios
onde eu enalteço
minhas abençoadas virtudes?

A vida é pedra de amolar destino
onde o passarinho senta e canta
pra dar alegria aos ouvidos


A vida passa
e os meus passos na calçada
não dizem nada
Lá do outro lado do muro
um relógio marca as horas
e um girassol brilha
suas pétalas ao vento

domingo, 8 de novembro de 2009


Porque hoje chove pra molhar o solo
e preparar a semente
pra germinar a vida
E amanhã quando a flor
deixar cair sua última pétala
e o sol amadurecer o fruto
a natureza terá cumprido sua missão

E diante de tamanha perfeição
somos meros expectadores!!!


O arco-íris quis iluminar o negro céu
de um entardecer qualquer
e talvez dar esperanças
a uma vida qualquer

E é quando o vento sopra
em meu ouvido seus segredos
que fico sabendo onde faz morada
teu pensamento

segunda-feira, 2 de novembro de 2009


Ainda restam flores que amarelam os ipês nas ruas por onde passo, mas o sol quente já anuncia a chegada do verão.
Um denso muro de bambus cobre os dois lados da estrada e do alto do morro avisto o azul do mar que contrasta com o verde das montanhas encobertas de árvores.
Alguns hibiscos vermelhos enfeitam meu olhar e postes de iluminação enfileiram-se ao longo do caminho.
Enquanto escuto uma música a caneta bate na prancheta e novamente as palavras saltam como crianças brincando em um parque.
O vento balança a árvore carregada de pinhas e as folhas da palmeira respondem bailando no ar.
Barquinhos de pescadores, pedras, gaivotas e ao longe um barco deixa no mar um rastro de espuma.
Meus pés tocam na areia da praia e a fria água parece dar-me boas vindas e o sol lá de cima me sorri.