domingo, 28 de fevereiro de 2010


O que fazer quando os ponteiros trabalham ao contrário e o mundo fica de pernas pro ar?
Devo me jogar de um precipício e testar meu voo?
E se minhas asas falharem no momento oportuno?
Ah mundo louco que gira em desatino!
Quem teve a ousadia de acender a luz quando meus olhos estavam tão acostumados às trevas trazendo uma claridade absurda que me machuca a íris quase a ponto de me cegar?
Que felicidade absurda é essa que se jogou sobre mim em disparada louca me tirando os pés do chão e me levando tão distante da terra que mal posso respirar?
Insano gosto de beijo roubado no portão em uma noite escura.
Louco riso frouxo que teima em ficar estampado em meu rosto me denunciando e dizendo ao mundo o que escondo de mim mesma.

Cai agora uma chuva intensa
molha o chão
as plantas
a vidraça da janela
Meu coração fica agitado
impaciente
Quer correr na chuva
atravessar terras
virar vertente

sábado, 27 de fevereiro de 2010


Escrever sobre o amor. E o que é o amor? Essa dor dilacerante que rasga o peito quando se pensa no amante que de tão distante faz-se pensamento e mesmo intocável se transforma em algo tão da gente.
E queremos mais e sempre amar mesmo que rompa as artérias e barreiras, mesmo que sangrem as feridas e a alma.
Amor que nos move e nos leva a fazer loucuras quando queremos incessantemente vivenciar os desejos que ele nos faz sentir e a querer loucamente a presença do alguém, objeto do nosso amor-desejo.
Amor que paralisa e nos deixa em desespero quando percebemos que aquele ser por nós tão amado sente um amor também tão grande por outro alguém, ah, é uma dor sufocante a dor do não receber, do vazio do não ser amado por alguém a quem tanto amamos.
E seguimos na vida sempre amando e de nada adianta querer ter o controle porque quando o amor bate na sua porta, mesmo que você não queira abrir ele sempre encontrará uma fresta e ao menor descuido seu ele entra.



Enquanto os dias forem assim
um desfolhar de pétalas
e um nascer de flores
haverá sempre uma chuva
pra regar a vida
e um despertar de perfumes
em manhãs de sol

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


Talvez eu deva desfazer todas as minhas certezas e recomeçar.
Deixar que o vento leve meu castelo de areia pelos ares e libertar meus sonhos da caixinha de pandora.
Desamarrar nós que foram apertando no decorrer da vida e a cada dia tornam-se mais difíceis de desprenderem-se, mas que necessitam com urgência serem desfeitos.
Trocar idéias pré-concebidas e cheirando a mofo por idéias recém-nascidas e com cheirinho de primavera e flor.
Jogar o medo num buraco sem fundo e nunca mais ter a chance de recuperá-lo.
Respirar a vida e ter a ousadia de viver de sonhos.


Nada tem o gosto da pessoa amada
quando o deslizar da língua
chega perto da nuca
e o respirar fundo
sente aquele cheiro
que mais ninguém no mundo tem

Esta vida é mesmo muito matreira
quando pensamos que está nos dando uma rasteira
está nos presenteando com uma tremenda oportunidade
só é preciso estar atento irmão
olhos abertos
coração manso
e mente ligeira

Meu coração é criança
Enche-se de sorrisos e pula quando te vê.

Meu coração é palhaço
Dá piruetas e finge alegria sem você.

Meu coração é bandido
Assalta meu peito e insiste em te querer.


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


É preciso que exista uma janela
no quarto para que à noite
debruçada possa roubar
um raio da lua
e de dia para o sol entrar faceiro
e banhar o gato
estendido no parapeito

Todos os dias é preciso uma janela
para se ter a perspectiva
de coisas novas
de horizonte que desponta
lá longe onde nasce o dia
e cá dentro
onde mora a esperança

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Coisas que guardo pra nada

Meia dúzia de sempre-vivas mortas

um calendário antigo com datas marcadas

uma saudade boba de quem nunca foi nem veio

um beijo que roubei na passada do vento

um carretel com um restinho de linha frutacor

um cisco de um olho que chorou muito

um aceno de adeus que nunca mais voltou

duas gotas de orvalho de uma manhã de setembro

a chave que abriu o coração e nunca mais fechou

um barquinho que perdeu o remo e o rumo

uma fita que desamarrou um segredo escondido

meio sorriso amarelado pelo tempo

um suspiro derretido pelo olhar de alguém

um restinho de perfume de um amor antigo

um sonho de menina cortado ao meio

e uma caixa de giz de cera

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010




Hoje eu acordei com uma saudade no olhar
Talvez por causa do dia que está triste
Ou pelas nuvens que cobrem o azul do céu
Ou pela chuva que à noite molhou meu cabelo
Não sei
Mas acordei assim
Querendo voar
Deslizar pelo horizonte no caminho do vento
Soltar as amarras
Abrir asas ao infinito
Hoje acordei querendo ser pássaro livre
Atravessar fronteiras e ir além mar
Pegar carona no pensamento
E seguir
Por onde meus pés não alcançam
E minhas mãos não conseguem tocar


Hoje eu queria seguir
E deixar a saudade para trás

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Há um vazio de nada preenchendo meu todo e uma dor traiçoeira que me apunhala pelas costas.
Há um combate feroz dentro de mim que me revira as vísceras e me sangra os olhos.
Há um silêncio que grita e ecoa pelos cantos da sala e faz tremer as paredes e sacudir minha alma.
Há uma brecha de luz que entra pela fechadura tentando me dizer em desespero que talvez ainda exista tempo.
Há um tempo que se arrasta no desenrolar das horas e gira o globo da minha consciência.
Há um clipe, um papel, uma caneta, um porta-retrato com dois olhos que me afagam a face.
Há uma vida em mim, ainda.

domingo, 21 de fevereiro de 2010



Deixe que a vida leve tuas dores
para o tempo do esquecimento
e que em cada dia que nasce
a manhã pinte de branco tua alma
e quando a noite for presente
permita que a semente nova brote
e que o vento nordeste carregue
toda poeira que te fere os olhos

Vem
Deixe que eu sopre teu machucado
E docemente cure tua ferida

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O poema


Eu te daria girassóis e lírios perfumados
Reflexos de arco-íris e rosa orvalhada
Te daria a chuva e o vento que beija
Flores do campo e avencas cultivadas

Te daria beijos com gosto de fruta
E arrepio na pele em toda madrugada
Um poema novo que falasse de encantos
E palavras de amor na noite estrelada

Eu te daria a lua e o brilho da noite
E meu melhor sorriso de mulher amada

daquilos

(quin tchan)

tão bom ficar assim
bebendo o teu beijinho
lábio queixo nariz
encaixando tal quebra-cabeça de amor
teu sorriso de mulher amada
fazendo cócegas boas
eu quero é mais disso
e um pouco daquilo também
do brilho de palavras estreladas
do amor na noite mulher
o teu sorriso lua poema
madrugadas arrepiando frutas
a pele gostosa dos beijos
esperar que a chuva caia
flores arco-íris delicadas
o vento beijando a tua saia

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010


O mar bate suas ondas

Marolando

Marolando

O mar me encanta e me seduz

Me põe a cantar

Encostas

Pedras

Areia

Espumas

Meninas e meninos a nadar

Peixes

Gaivotas

Conchas

Castelos

O mar me chama pra namorar


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010


E quando chega a tardinha parece que o coração vai crescendo no peito e vem aquela sensação de pé machucado dentro do sapato novo que a gente quer tirar logo, mas tem que andar muito ainda.
E o ocaso do dia faz um tremendo descaso das dores da gente.
O horizonte vai tingindo-se de púrpura e os olhos da noite espiam por trás das nuvens esperando a hora de puxar de vez o manto negro que cobre o dia e traz o cintilar de estrelas.
E quando a lua na ponta do pé aparecer feito bailarina meu coração terá então sossego e apanharei o brilho das estrelas na íris dos meus olhos e te levarei até o céu ao toque dos meus dedos.


A chuva forte assenta a poeira e com seus pingos sulca a terra.
Como flechas de luz na escuridão os raios rasgam o céu.
A chama de uma vela ilumina o quarto e o coração vaza de amor diante da chuva que bate na janela.
Queria entender um pouco mais da vida e me deixar lavar como a grama verde, mas nada sei e apenas aceito a chuva que como lágrimas molha minha face.
E fico prostrada diante do imenso céu que escurece e em torrencial chora enquanto a vela queima lentamente e as horas passam quase no escuro.
Me pego pensando de quantos sentimentos é feita uma vida, quantos desencontros, quantos pesares, quantos amores.
Como os anos passam e vão deixando rastros em nosso caminho, uns de dor, outros de alegria e felicidade constante não existe. Nem dor eterna.
E a chuva me chama e me convida para lavar a alma e renovar a vida.

domingo, 14 de fevereiro de 2010


E a vida é feita de magia
das pequenas coisas

Orvalho na madrugada
embaçando os vidros da janela
Chuva fina no telhado
deixando cair os pingos
em aspersão nos galhos
Seiva que beija-flor divide
de flor em flor no bater das asas
Vento que sopra nas tardes de outono
carregando as folhas
e varrendo o chão
Teus olhos quando me fitam
batendo os cílios levemente
prendendo-me num laço certeiro

Coisas de total encantamento
Teus beijos azul turquesa
Meus beijos rosa chiclete

sábado, 13 de fevereiro de 2010


Você é assim
feito arco-íris e sonho
um raiar de estrelas
um beijo de sol

Você é assim
um eriçar de pêlos
um sussurro de amor
em meus ouvidos

Você é assim
letra e melodia
poema sem rima
saudade guardada

Você é assim
amor maior e infindo
paixão queimando no peito
desejo instalado no corpo

Você é assim

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010




E tenhodentro de mim
um pouco de tudo
Dores
 
Flagelos
 
Amores
 
Esperanças guardadas
 
Distancias que pesam
 
Sentimentos que esperam
 
Passos
 
Correntes
 
Infinitos pesares
 
Beijos lilases

Fio de incerteza

Um peito abafado
 
Dias de outrora

Versos
 
Palavras
Sussurros
Vestígio de mar

Rosas na face

E um grito preso

na garganta da alma





quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


E bate uma alegria boba
quando na tarde por acaso
lembra de seu jeito de menino
e das palavras sem compromisso
E um sorriso sem pedir licença
estampa seu rosto de multicores
e um arroubo lhe tira a calma
E fica assim sem se importar
de estar rendida a seus encantos


E a vida me testa em cada esquina
e me entrega flores e me lança os espinhos
se pego uma estrada o caminho é longo
se pego um atalho me perco nas curvas
não há luz que me ilumine bastante
nem trevas que leve para sempre
se pulo do abismo posso perder as asas
se fico posso sufocar até a morte
e as escolhas se tornam perigosas
e a vida dança no fio da navalha
não há medo que me pare no caminho
nem coragem que me faça ultrapassar
a barreira do provável e previsível


Ele se foi.
Ela deixou que fosse, não esboçou nem uma palavra, não fez o menor gesto. Ficou olhando ele se afastar com passos lentos e indecisos, sempre indecisos e inseguros.
Ela ficou.
Um vazio momentaneo, um desejo secreto e doído dizendo que assim queria que fosse.
Precisava de sua ausência tanto quanto precisou de seu todo em tempos passados quando o amor governava seus sentidos e a saudade queimava no peito e corpo quando ele não vinha.
De quantos dias foi feito aquele amor?
De quantas noites de compartilhar estrelas e sussurrar luares?
Ele se foi e ela nem se importou.
Não sentia mais dores, mas as marcas que ele deixara estavam gravadas por debaixo do sorriso.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Queria entender os silêncios
Queria permanecer em silêncio
Mas meu coração é teimoso
E sempre grita

Colocou na mala seus sonhos e saiu sem olhar para trás porque olhar significava sentir uma dor que talvez a fizesse fraquejar e querer voltar e voltar seria doer para sempre e isso ela não queria, então seguiu sabendo que algo dentro dela morreria.
Às vezes é preciso e necessário morrer, é preferível e opcional morrer e esta foi sua escolha.
Não precisaria mais regar as plantas todos os dias sem que lhes dessem flores, nem alimentar os pássaros famintos que nem ao menos cantavam para alegrar seus ouvidos.
Não teria mais que tecer os fios no tear que por vezes machucavam seus dedos e nunca esquentavam seu corpo com a roupa que tecia.
Iria sem olhar para a rua que varreu e que não trilhou de mãos dadas com ninguém.
Deixaria o abrigo solitário, o trigo, o pão que não matou sua fome.
Não olharia mais para trás, deixaria na estrada um leve rastro que o primeiro vento varreria, mais nada.

Estranho
tudo muito estranho
como a vida que bate na porta da frente
como a chuva que desliza na vidraça
como o tempo que passa incessantemente
como a areia que escorre pelos dedos
e as mãos que não seguram
outras mãos
que estão distantes...


Eu te desenho girassóis
e dilato tua pupila
ao me olhares assim
na madrugada de abismos
E te faço relevos e texturas
quando meus dedos deslizam
e se enchem de encantos
em tua pele alva de luares
E noite afora eu me perco
para desvendar teus caminhos
e depois de cansada eu me deito
em teu leito de vertigens

Eclipse

Sol
que luz irradia
faz brotar sementes
e aquece o dia

Lua
dança perfumada
num céu de estrelas
feito namorada

Astros
você Sol
eu Lua


Você chegou na madrugada
com seu cheiro de alecrim e me entorpeceu
Fez de mim sua morada
cobriu meu corpo com a brasa do seu
e calou minha boca com seus beijos
Lambeu minha alma como demônio
e afagou meus pêlos como um querubim
Prendeu-me em seu laço
e em seu abraço me fez profana
Trouxe o doce do mel na boca
e o veneno proibido dos insanos
Penetrou-me tão fundo
e fecundou-me com a semente do amor eterno
e até hoje sinto em mim
o cheiro do teu orvalho

domingo, 7 de fevereiro de 2010


E quando olhei em teus olhos
olhos de metal
ferro
chumbo que pesa
foi que perdi minhas forças
minha razão por completo
Teus olhos me prenderam
e como um fio de arame
entraram em minha carne
e eu fiquei prisioneira
deste teu olhar de brasa

sábado, 6 de fevereiro de 2010


Um anjo segredou em seu ouvido que ela teria uma nova chance.
Ela então abriu os olhos e avistou bem ao longe uma luz.
Pediu que pegasse sua mão e levantou.
Asas quebradas, pés calejados, coração partido em mil pedaços e a alma quase por um fio.
Tentou lembrar de como tudo começara e um rosto turvou sua mente.
Um amor errado, um caminho torto, um equívoco.
Um tempo que poderia não ter existido, mas existiu.
Um roubo de pensamentos, um engano de palavras.
Um lindo disfarce carregado de flores e com cheiro de jasmim.
Deixou-se levar pelo belo, pelo divinamente imaginário e quando percebeu estava em um lugar tão alto e sem proteção nenhuma.
Havia desnudado-se, mostrado suas fraquezas, seus segredos. Tudo aquilo que tinha de mais seu para a pessoa errada e quando deu por si lá estava, há milhas de seu mundo, sozinha e sem possibilidade de voo.
Solidão. Noite. Breu eterno. Peito estraçalhado.
Quis ir para mais longe, esquecer tudo. Não movia-se, não chorava. Nem mesmo para morrer tinha forças.
E agora estava ali, diante de uma nova perspectiva, uma nova luz.
A vida foi mais forte e suplicou por uma nova chance.
Como doia caminhar. Como seria possível recomeçar?
Segurou a mão do anjo imaginário e num sopro de energia deu o primeiro passo.
Talvez fosse melhor ter morrido, mas algo inexplicável que move as pessoas quando não veem mais saída se apossou dela.
Pegou uma flor, colocou em seu cabelo, molhou levemente a face, fez um curativo na alma e saiu em direção ao arco-íris, onde haveria de existir uma nova esperança.
Olharia para trás talvez, mas não voltaria.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010


E ele chega assim
com uma flor na boca
e um poema na mão
E ele chega manso
e pousa feito borboleta
em minha face
Me fecha os olhos
e traz a chave
que abre meu coração
Me beija a boca
e em meu ouvido
sussurra amor

E eu fico assim
entre seus braços
e o céu de sua boca


 
E é assim que sempre acontece, você chega e senta ao meu lado e assim ficamos por um longo tempo sem nada dizer.
E é porque entendemos os nossos silêncios e dores que assim ficamos.
E pegas a minha mão e a coloca em teu peito como se quisesse aquecer teu coração e é tão intrínseco o que vivemos que nada falamos, apenas dizemos com os olhos nossos mais profundos segredos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010


Escuta
Quero traduzir em versos
o que despertou em meu peito
Um cheiro doce de primavera
e uma paz de fim de tarde

Veja
Abriu uma brecha no meu mundo
um desejo move meus sentidos
e um reflexo quase púrpura
dilata minha pupila

Sinta
é meu coração que te chama

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

As pequenas coisas às vezes tem um valor imensurável.
Um gesto, uma palavra apenas pode mudar todo o curso de uma história e para sempre o destino de uma vida.

Hoje me vi pensando no quanto a vida é feita de pequenas coisas e momentos e na importância de nossos gestos, palavras e atitudes, coisas que parecem nada para uns podem ser vitais para outros.

Ao tomar uma atitude posso estar causando danos ou alegrias e interferindo na história de outra pessoa. Um simples gesto que para mim pode ser banal e corriqueiro pode não ter este mesmo peso a outro. Costumamos fazer as coisas de acordo com nossa concepção e muitas vezes não temos a menor idéia do quanto ferimos ou ajudamos.

Escrevo isso pensando em mim, no quanto me deixo machucar por atitudes alheias e nas muitas vezes que me deixei levar por atitudes que não eram minhas.
Sei que meus atos também atingem outras pessoas e fico a imaginar se causei mais alegrias ou tristezas, mais mal ou bem e esta pergunta fica sem resposta talvez para sempre.

Por isso te digo: não pense que nossos atos são exclusivos para a nossa história e por mais ínfimos que eles sejam podem atingir outras vidas e cabe a nós tomar o devido cuidado para que sejam benéficos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


Te sinto em cada movimento
na brisa que toca o meu rosto
no vento que balança meus cabelos
no sol que aquece minha pele
na água que banha o meu corpo
nas roupas que me vestem
e nos pensamentos que me despem


No vento que balança os ramos da árvore
Na árvore onde brotam flores e nascem frutos
No sabiá que canta no alto do galho
No beija-flor que bate asas ligeiras

Na chuva que cai em pingos finos
No arco-íris pintando o céu de ilusão
No mar salgado e sua espuma branca
No sol quente que toca a pele feito beijos

Nas letras do poema, na melodia da música
Nas estrelas da noite, na lua dos amantes
No pensamento furtivo, na letargia das horas
No caminhar do tempo, no desenrolar da vida
No compasso do coração

Você está

Meus dedos são um perigo iminente
quando estão sobre um teclado
meu pensamento nem chega
e as palavras já estão do outro lado

Se eu existisse no velho oeste
com certeza seria um pistoleiro
talvez não muito inteligente
mas com dedos bem ligeiros

De maneira alguma eu poderia ser
um franco atirador racional
pois não esperaria a hora certa
para o tiro certeiro e mortal

Instintos mortais a parte
e voltando a nossa realidade
meus dedos rápidos quando digitam
são sempre um perigo de verdade