Gotas da Manhã
Caiam as gotas entristecidas
Naquela manhã branca
Frias e solitárias
Cansadas...
Agradeciam
As cores apagadas das casas
O verde das árvores,
A força, a energia,
Que das gotas recebiam
Já lavada, a cidade adormecida
Envolta no branco, nada se mexia
Alguém sorria em algum canto
Talvez por algum encanto
Depois de caídas, já exauridas pelo esforço
Deixavam se levar a qualquer lugar
Corriam na direção que lhes convinham
Onde era mais fácil de escorregar
As retardatárias meio perdidas
Meio a contragosto, gotejavam aqui e acolá
Como em um último lampejo
Às irmãs tentando alcançar
Naquela manhã chorona,
As milhões de gotas solitárias
Lavavam minha mente
Que repentinamente, começou a despertar
Poeta Bardo
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