domingo, 25 de abril de 2010


Estava sentada absorta, olhando para o nada como costumava fazer nas noites solitárias em que nem mesmo a melodia de uma música se fazia presença.
Costumava ficar assim quando sentia muita saudade e o coração de tão apertado mal batia no peito para não doer mais do que de costume.
E naquela noite podia sentir o suave aroma das azaléias que floriam em frente sua janela naquele início de setembro.
Não esperava nada além de um copo de vinho que sorveria lentamente para que na boca ficasse o gosto até que adormecesse escutando o latido de um cão solitário que como ela chorava nas noites por não poder soltar suas amarras.
Mas naquela noite o telefone que sempre era mudo tocou e do outro lado uma voz que ela tão bem conhecia.
E o coração então cresceu tanto que foi preciso parar de respirar por alguns instantes até que o chão voltasse e a razão pudesse ouvir.
E ouviu.
Ele dizia que estava chegando, que trazia nas mãos um buquê de flores brancas e na boca todos os beijos guardados.
Nem pensou em dizer não, o coração não lhe permitiu.
Guardava nas mãos todas as carícias e na boca o gosto do corpo do amado.
Deixou que viesse.
Destrancou a porta.
Colocou uma música e desde aquela noite não mais ouviu o latido do cão solitário.

6 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  2. Que história mais linda. O amor é a forma de dar sentido a vida .............As noites ficam claras pois agora a lua é seu guia e a sua luz o deus de seus passos. Assim é o amor..
    Parabéns ,continua com teus escritos pois é muito carinhoso e terno.

    Beijos de cristal

    ResponderExcluir
  3. Que Lindo texto....


    Adoro passar por aqui...


    Um grande beijo e linda semana pra vc!!!

    ResponderExcluir
  4. Eu pude sentir o cheiro das azaléias e meu coração bater mais forte.


    blog lindo flor!

    ResponderExcluir
  5. Obrigada!!!

    Obrigada!!!

    Obrigada!!!

    Obrigada!!!

    ResponderExcluir

pétalas