terça-feira, 3 de março de 2009

Dá licença dona morte, vou falar de você

Falar sobre a morte é estranho, ou parece ser, mas não deveria ser.
A morte pode assustar, mas para mim particularmente ela tem sido até camarada. Tenho lembranças amenas de sua passagem em minha vida: avós que morreram de velhice, um bebê que já nasceu bem dodói e que não vingou, animais que se foram. A respeito dos animais tenho uma leve tristeza, bem leve, por conta da morte de um cãozinho que catei na rua e o alimentei tanto que veio a falecer de congestão, mas para compensar salvei outros tantos e limpei minha consciência. Recentemente a morte levou minha mãe e penso que no tempo oportuno. Causou-me dores naturais e sem traumas.
Penso que ela tem muitas faces e às vezes é um tanto traiçoeira, chega sem aviso e prematuramente devastando corações. Dizem que nunca vem sem ser sua hora, mas em certas ocasiões acho que sua hora é antecipada pelos atos inconseqüentes dos humanos. Não sei se estou certa, mas é isso que acho.
Aceitar a morte de alguém que já cumpriu sua missão é um ato que devemos aprender a praticar e saber distinguir quando é essa hora também. De nada vale chorar rios de lágrimas por alguém que se foi porque realmente deveria ter ido. É inútil e desnecessário. A aceitação muitas vezes precisa ocupar o lugar do egoísmo. Egoísmo sim, por querer ter a pessoa junto, por não saber viver sem sua presença.
Há pouco tempo vi uma pessoa ser mantida viva por alguns meses somente para satisfazer alguns que necessitavam de sua presença. Vamos brincar de Deus?
Algumas pessoas encaram a morte de forma até engraçada. Uma conhecida minha soube que a mãe morreu só um mês depois. Um primo morreu de diabetes e a mãe dele logo em seguida morreu de desgosto. O irmão revoltado matou o vizinho e o pai de tristeza está quase indo para a cidade dos pés juntos. Ela assiste tudo de longe sem derramar uma lágrima. Faces da morte!
Outras pessoas já sofreram tanto que se eu tentar me colocar no lugar delas penso que não aguentaria. Por isso é que sempre digo, dona morte sempre foi boazinha comigo!!!

2 comentários:

  1. Lou foi bom para mim ler este texto,que é realista,mas sem deixar de ser bem humano.
    Eu tenho mortes mal resolvidas,o texto me ajudou a pensar no tempo certo.
    Acho que algumas das mortes tem sim a falta de cuidado com o corpo que Deus nos Deus.
    Muitas pessoas judiam de algo que deveria ser cuidado,não por estética,mas por qualidade de vida.Beijo.Cris.

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  2. gostei eu escrever tambem sobre a morte e gostei muito doq vc escreveu um abraço

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