quarta-feira, 13 de maio de 2009

Eu e uma gata

Uma noite antes do nascimento de nosso querido Anthony o sono não foi muito meu amigo.
A noite foi longa e as horas de arrasto.
Uma gata me fazendo companhia. A gata que era da minha filha e que ficou de herança quando ela foi morar longe de mim.
Meus pensamentos voam para um passado não muito distante. Ela tinha uns onze anos, creio eu, quando encontrou a gata na rua, ela sempre encontrava algum animal na rua precisando de cuidados e de um lar.
Dida, a gata que estava comigo naquela noite era de rua e doente.
Em um dia chuvoso, com pena da gata, Maila a trouxe para dentro de casa e como já tínhamos algumas em casa ela sabia que outra não seria bem aceita.
Para não termos problemas escondemos a Dida em uma caixa dentro de casa, na ilusão de que não seria descoberta e quando a chuva parasse e devolveríamos pra rua e ela continuaria dando comida, como já fazia há alguns dias.
Mas Dida não quiz ficar quietinha, gatos nunca ficam quando a gente quer, e ela foi pega no flagra.
É claro que levamos uma bronca, mas juramos que seria só por aquela noite.
Mas na manhã seguinte Dida acordou doente, não caminhava e sendo assim não poderíamos soltar a coitadinha naquelas condições.
Levamos no veterinário que explicou que ela estava com reumatismo por pegar muito frio e não ter cuidados.
E agora? Não tinha como deixa-la ao relento. Ficaria até ser tratada e ficar boa.
Ela melhorou, mas nunca mais foi embora.
E naquela noite, antes do Anthony nascer, lá estava eu com a Dida ao meu lado como se entendesse minha aflição. Chegava perto e encostava seu nariz gelado no meu como um carinho.
E eu aflita pelas horas que não passavam me senti grata por minha filha ser teimosa e desobeder o pai e por Deus ter me dado a tolerância e a compreensão para entender seus atos.
Acariciei a cabeça da gata e me senti acolhida por ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

pétalas