sábado, 25 de julho de 2009


Meia dúzia de sempre-vivas mortas


um calendário antigo com datas marcadas


uma saudade boba de quem nunca foi nem veio


um beijo que roubei na passada do vento


um carretel com um restinho de linha frutacor


um cisco de um olho que chorou muito


um aceno de adeus que nunca mais voltou


duas gotas de orvalho de uma manhã de setembro


a chave que abriu o coração e nunca mais fechou


um barquinho que perdeu o remo e o rumo


uma fita que desamarrou um segredo escondido


meio sorriso amarelado pelo tempo


um suspiro derretido pelo olhar de alguém


um restinho de perfume de um amor antigo


um sonho de menina cortado ao meio


e uma caixa de giz de cera.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

pétalas