Era uma casinha branca e na frente havia uma janela enfeitada com gerânios coloridos. Ela costumava ficar debruçada na janela por horas a fio como se o mundo fosse apenas aquele espaço e a vida um eterno esperar. Observava as pessoas que passavam e em cada uma delas via algo que lembrava alguém e como um quebra-cabeças ia juntando pés, pernas, cabelo, nariz, boca, cada pedaço de cada um para formar um outro absurdamente intocável, inviável, impossível de se ter.
Quando o sol batia nas árvores e formava sombras ela brincava com sua imaginação e até podia correr com ele pelas calçadas e ruelas da cidadezinha onde morava.
E quando chovia espiava pelo vidro molhado da janela e era até mais fácil de imaginar dele os contornos por entre os pingos que por vezes misturavam-se com suas lágrimas de saudade.
Nos últimos dias andava com uma sensação estranha de que algo novo iria acontecer, não sabia o quê, mas desconfiava ser algo bom, por isso vestia suas melhores roupas e tentava colocar sorrisos no rosto embora muitas vezes com certa dificuldade.
Tinha planos para quando ele chegasse e sabia que chegaria, seu coração dizia disso. O esperaria no portão e na ponta dos pés o beijaria. Um abraço sem fim e o segurando pela mão entrariam. Fecharia a porta e a janela e do lado de fora ficaria o resto do mundo e os gerânios coloridos.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Gerânios na Janela
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Olá amiga! Acho que pelo menos um gerânio deveria ter sido levado, para testemunhar a linda noite de amor.
ResponderExcluirBeijos,
Furtado.
Sem testemunhas Furtado, sem testemunhas. rsrs
ResponderExcluirBeijo!
Que lindo!! Eu cheguei até aqui para ver esses geranios.. porque nas poesias do melhor poeta do Brasil, o GULHERME DE ALMEIDA, ele sempre fala em geranios nas janelas...
ResponderExcluirMas é isso... gostei do texto.
EDMAR
vejo sonhos de gerânios
ResponderExcluirnas janelas dos meus olhos...