Voo no vento
Naquela manhã acordou com uma vontade estranha de ganhar o mundo.Queria ver as borboletas de outros jardins e os pássaros de outros céus.
Caminhou entre as folhas secas de outono sem olhar para trás e a cada passo que dava o desejo aumentava dentro de seu peito.
Abandonaria seu solitário mundo e buscaria entre o tempo e o espaço um lugar onde as lágrimas fossem de açúcar e o pensar fosse uma fina e transparente seda.
Queria que o orvalho da manhã tocasse em sua pele e a brisa mansa e serena lhe beijasse como um amante.
Olhou a vida como se fosse um algodão doce e delicadamente provou o doce sabor da plenitude.
E o vento soprou como em rebeldia desmanchando seu cabelo e trazendo areia fina para seus olhos.
Travou-se então uma batalha entre a vida o desconhecido escuro travestido de medo.
Queria desesperadamente conhecer o mundo que havia depois da esquina e uma voz doce lhe dizia que para seguir em frente teria que se despir de tudo o que aprendera até então e assim ela fez.
Sentia a pele queimar e uma dor insuportável transpassou seu peito, mas sabia que para atravessar a fronteira do previsível e costumeiro teria que sentir o fio da navalha lhe tirando a couraça dos dias iguais.
Um beija-flor pousou em seu ombro num bater de asas tão rápido que mal ela podia perceber seu voo e um cheiro de alfazema transformou o ar o que a fez lembrar de um ritual de acasalamento.
Levantou as mãos e segurou no rabo do vento que saiu numa louca disparada levando consigo uma alma nua e um sorriso escancarado.
Lou Witt
E eu aqui para retribuir. Adorei tudo aqui novamente. Você viu o Castelo? Beijos!!!
ResponderExcluirJoão Lenjob.
Suas Palavras
João Lenjob
Distribuo o amor
Vendo pelo melhor preço o sabor da emoção
E na promoção que faço de cada verso
E cobro somente um beijo e um abraço
Sorrio grato e saudado pela alegria
E você respira então minha poesia
Sente o perfume de cada estrofe e se delicia
Troca e corresponde na fineza
De suas palavras.